Mais de 400 famílias estão sendo retiradas de uma área na Vila Municipal, em Carapicuíba, Região Metropolitana de São Paulo. Nesta semana, prefeitura da cidade informou que a reintegração de posse ocorre porque há risco de deslizamento no local, mas, conforme apurado pela Gazeta, a área está sendo desocupada para a construção de um viaduto.
O processo de desocupação iniciado na noite de terça (24) ocorreu de forma pacífica. Apesar de alguns moradores terem bloqueado a avenida que dá acesso à comunidade ateando fogo em alguns objetos, não houve registro de feridos ou de confronto violento.
A Reportagem esteve no local no momento em que os moradores começaram a deixar suas casas. Muitos ainda eram encontrados em pé, na calçada, assistindo seus móveis serem colocados em caminhões de mudança disponibilizados pela Prefeitura.
Já na manhã da quarta teve início a demolição das casas e comércios que ficam na comunidade da Vila Municipal. Equipes da Enel desligaram a energia elétrica de todo o bairro, acelerando ainda mais a saída dos moradores de suas casas. Agentes da Polícia Militar de SP acompanharam a destruição dos imóveis. O trânsito na região central de Carapicuíba foi totalmente interrompido, gerando engarrafamento.
Este já é o segundo desalojamento de famílias realizado pela Prefeitura na cidade em pouco mais de três meses. No dia 21 de fevereiro, a gestão Marcos Neves (PSDB) obrigou mais de 180 famílias a deixarem seus lares e procurarem um novo local para viver. À época, a administração do município informou à Gazeta que ofereceu aos moradores um auxílio aluguel de R$ 420 reais por mês, mas, segundo um dos ex-ocupantes do local, o valor é insuficiente para locar uma nova moradia.
“Quem aluga uma casa com 400 reais? Tem pai mãe de família que trabalha dia e noite pra dar o básico para os filhos e agora vai ter que se preocupar em pagar um aluguel pra não ficar na rua com seus filhos, em nenhum lugar [se] acha uma casa nesse valor. Eu nasci na vila municipal não acho justo o que eles estão fazendo. Claro né? Isso não vai mexer com a família deles né? Então pouco importa se tem condições ou não de ter uma moradia digna.”, diz Ana Carvalho de 29 anos que morava na área que foi desocupada.
Fonte: www.diariodolitoral.com.br
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