O número de pacientes que não compareceram às consultas agendadas na rede pública de saúde de Osasco ultrapassou 261 mil ao longo do último ano. Segundo dados da Secretaria da Saúde, de um total de 1.401.708 consultas disponibilizadas entre janeiro e dezembro, 261.245 não foram realizadas devido à ausência dos pacientes.
Essas informações foram apresentadas durante a Audiência Pública da Saúde, promovida na Câmara Municipal de Osasco pela Comissão da Saúde e Assistência Social do Legislativo. O evento contou com a participação de 14 vereadores, além do secretário da Saúde, Fernando Machado Oliveira, e da secretária-adjunta, Suzete Machado.
Além das consultas médicas, a audiência trouxe dados sobre a taxa de não comparecimento em exames e atendimentos odontológicos. No período de 12 meses, foram registrados 214.109 exames na rede pública, porém 32.256 não foram realizados porque os pacientes não compareceram. Da mesma forma, dos 139.980 atendimentos odontológicos agendados, 26.365 não ocorreram devido à ausência dos usuários.
Apesar das dificuldades orçamentárias — com um valor R$ 134 milhões inferior ao previsto —, Osasco destinou 22% de seu orçamento para a saúde pública, superando em 7% o mínimo exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A rede de urgência e emergência segue como a mais demandada, com 5,15 milhões de atendimentos realizados nas UPAs e prontos-socorros ao longo do ano. No campo da atenção primária, que abrange consultas médicas, odontológicas e visitas domiciliares, foram contabilizados 3,7 milhões de atendimentos, além da aplicação de 540 mil doses de vacinas.
Já no atendimento especializado, a cidade registrou 230 mil solicitações, resultando em 138 mil consultas e 92 mil exames realizados. O fornecimento de medicamentos também foi um dos destaques, com a dispensação de 1,2 milhão de receitas nas farmácias municipais.
O secretário da Saúde, Fernando Machado, destacou que Osasco tem investido na ampliação da atenção primária, mas ressaltou que o município enfrenta desafios adicionais ao atender pacientes de cidades vizinhas. Segundo ele, cerca de 40% dos atendimentos são destinados a moradores de outras localidades. Além disso, o aumento da migração de pacientes de planos de saúde para o SUS tem impactado ainda mais a rede municipal.
“Precisamos que os municípios vizinhos tenham um sistema de saúde eficiente, que os planos atendam seus beneficiários e que o estado também cumpra seu papel. Não conseguimos absorver toda a demanda da região sem uma estrutura de atendimento regionalizada”, concluiu o secretário.
INFORMAÇÕES VIA DIÁRIOD A REGIÃO